quarta-feira, 5 de março de 2014

Parte de materia publicada na Folha de Boa vista

Um mundo real e imaginário de conhecimentos

   Por Michel Sales

Quem nessa vida nunca rabiscou, desenhou, coloriu com lápis, pôs tintas num papel em branco ou em telas, reproduzindo imagens ou criando novas figuras, ou pelo uso de objetos diversos tenha modelado esculturas, realizado arte corporal, arte interativa, música, cinema e fotografia em fases distintas da vida?
            A humanidade, desde seus primórdios tem "inventado" Arte utilizando de tudo que se possa para realizá-la com uma criatividade sem fim. E as Artes Visuais, um campo extremamente amplo, abrange qualquer forma de representação seja o teatro, música, colagem, gravura, decoração, etc., recriando e criando histórias e estórias traduzindo conhecimento sobre o mundo real ou imaginário.
            Em sua criação, o artista plástico lida com papel, tinta, gesso, argila, madeira e metais, programas de computador, entre outras ferramentas para produzir suas peças, e expõem seus trabalhos em museus, galerias ou lugares públicos.
            O designer gráfico, Silvio Vilasi, 37, usa da criatividade de charges para criticar situações cotidianas em nosso país, e também refere sobre o cotidiano na Venezuela, país vizinho ao nosso estado, Roraima, principalmente sobre os descasos deste país com o turista brasileiro no atendimento ao cliente.
            Vilasi caracteriza seus rabiscos com o intuito de alertar a população dos perigos da vida em acidentes, assaltos, exploração, corrupção e demais imprudências da realidade.
Mas, Vilasi também manipula seus trabalhos refletindo momentos importantes de sua vida, entre amigos e familiares, quadrinhando o lado positivo que o acompanha.
“Desde criança eu passava horas desenhando, e desde então, o mundo dos desenhos me acompanha até hoje. Na escola comecei a usar os desenhos para satirizar algumas situações, criava personagens e montava minhas próprias historias em quadrinhos”, disse.
O artista trabalha atualmente com ilustrações, charges, tirinhas e pintura em tela. Porém, já desenvolveu trabalhos em diversas linguagens visuais. “Uso o desenho com nanquim e papel e depois trabalho a finalização da arte através da manipulação digital, e na produção de telas, atualmente estou desenvolvendo uma coleção de quadros intitulados “Os Lendários”, os quais são de tamanhos variados, na técnica “acrílico s/ tela”, comentou.
Dentro do campo de estudo, Vilasi refere os quadrinhos como motivação para a educação e destaca, “Waldomiro Vergueiro, Paulo Ramos e Will Eisner, como seus mestres nas artes sequenciais. Porém, nos meus quadros eu uso como referencia a própria cultura indígena roraimense, tendo como principal motivo das telas, as lendas”.
Sobre o mercado de trabalho Vilasi explicou que, “em Roraima existe um grande mercado voltado para a educação no sentido das Artes Visuais, pois são poucos os profissionais formados atuando nas escolas. Há também espaço para se desenvolver projetos. Atualmente, o governo e outras instituições disponibilizam editais financiando a criação de novas ideias, nesse sentido”.
Estudante de Artes Visuais pela UFRR, o artista comentou sobre a importância do curso. “O curso de Artes Visuais na UFRR veio para mudar a visão do ensino da arte, que passa de uma prática recreativa, com aulas apenas de prática de desenho e pintura para uma área do conhecimento. A arte deixa de ser um meio e passa a ser o objeto e esse fazer alia-se ao refletir, ajudando na formação de cidadãos mais críticos e conscientes”, explicou.

fonte: http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=166816

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