Um mundo real e imaginário de conhecimentos
Por Michel Sales
Quem
nessa vida nunca rabiscou, desenhou, coloriu com lápis, pôs tintas num papel em
branco ou em telas, reproduzindo imagens ou criando novas figuras, ou pelo uso
de objetos diversos tenha modelado esculturas, realizado arte corporal, arte
interativa, música, cinema e fotografia em fases distintas da vida?
A humanidade, desde seus primórdios tem "inventado" Arte utilizando
de tudo que se possa para realizá-la com uma criatividade sem fim. E as Artes
Visuais, um campo extremamente amplo, abrange qualquer forma de representação
seja o teatro, música, colagem, gravura, decoração, etc., recriando e criando
histórias e estórias traduzindo conhecimento sobre o mundo real ou imaginário.
Em sua criação, o artista plástico lida com papel, tinta, gesso, argila,
madeira e metais, programas de computador, entre outras ferramentas para
produzir suas peças, e expõem seus trabalhos em museus, galerias ou lugares
públicos.
O designer gráfico, Silvio Vilasi, 37, usa da criatividade de charges para
criticar situações cotidianas em nosso país, e também refere sobre o cotidiano
na Venezuela, país vizinho ao nosso estado, Roraima, principalmente sobre os
descasos deste país com o turista brasileiro no atendimento ao cliente.
Vilasi caracteriza seus rabiscos com o intuito de alertar a população dos
perigos da vida em acidentes, assaltos, exploração, corrupção e demais
imprudências da realidade.
Mas,
Vilasi também manipula seus trabalhos refletindo momentos importantes de sua
vida, entre amigos e familiares, quadrinhando o lado positivo que o acompanha.
“Desde
criança eu passava horas desenhando, e desde então, o mundo dos desenhos me
acompanha até hoje. Na escola comecei a usar os desenhos para satirizar algumas
situações, criava personagens e montava minhas próprias historias em
quadrinhos”, disse.
O
artista trabalha atualmente com ilustrações, charges, tirinhas e pintura em
tela. Porém, já desenvolveu trabalhos em diversas linguagens visuais. “Uso o
desenho com nanquim e papel e depois trabalho a finalização da arte através da
manipulação digital, e na produção de telas, atualmente estou desenvolvendo uma
coleção de quadros intitulados “Os Lendários”, os quais são de tamanhos variados,
na técnica “acrílico s/ tela”, comentou.
Dentro
do campo de estudo, Vilasi refere os quadrinhos como motivação para a educação
e destaca, “Waldomiro Vergueiro, Paulo Ramos e Will Eisner, como seus mestres
nas artes sequenciais. Porém, nos meus quadros eu uso como referencia a própria
cultura indígena roraimense, tendo como principal motivo das telas, as lendas”.
Sobre
o mercado de trabalho Vilasi explicou que, “em Roraima existe um grande mercado
voltado para a educação no sentido das Artes Visuais, pois são poucos os
profissionais formados atuando nas escolas. Há também espaço para se
desenvolver projetos. Atualmente, o governo e outras instituições
disponibilizam editais financiando a criação de novas ideias, nesse sentido”.
Estudante
de Artes Visuais pela UFRR, o artista comentou sobre a importância do curso. “O
curso de Artes Visuais na UFRR veio para mudar a visão do ensino da arte, que
passa de uma prática recreativa, com aulas apenas de prática de desenho e
pintura para uma área do conhecimento. A arte deixa de ser um meio e passa a
ser o objeto e esse fazer alia-se ao refletir, ajudando na formação de cidadãos
mais críticos e conscientes”, explicou.
fonte: http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=166816
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